Ajuda humanitária alivia ribeirinhos na seca no Amazonas

A imponência do Rio Negro, um dos principais cursos d’água da região amazônica, atinge agora números que marcam a história. Nesta sexta-feira (06/10), o rio alcançou o surpreendente nível de 14,79 metros, sinalizando uma seca de magnitude raramente vista.

As consequências dessa estiagem, são sentidas profundamente, afetando mais de 200 mil famílias no estado do Amazonas que habitam às margens dos rios e dependem diretamente dos recursos hídricos para sua sobrevivência e sustento, de acordo com dados da Defesa Civil.

Quando as águas se retraem devido à estação seca, essas comunidades enfrentam inúmeras dificuldades, como a escassez de água potável, a redução da disponibilidade de alimentos provenientes da pesca e da agricultura, e a limitação do acesso a serviços básicos.

Diante dessa situação crítica, uma força-tarefa humanitária foi mobilizada para levar as mais afetadas comunidades ribeirinhas, alívio e assistência em suas lutas contra a vazante sem precedentes.

A maior seca da história foi atingida em 2010, quando o Rio Negro marcou, no dia 24 de outubro, 13,63 metros.

Solidaridade

A situação atual tem sido particularmente desafiadora. Para acessar essas comunidades mais distantes neste período é necessário enfrentar muitas dificuldades em um longo percurso de estrada, lama em áreas que antes eram tomadas pelos rios, e águas extremamente baixas, com alguns locais chegando a apenas 20 centímetros de altura.

A Prefeitura de Manaus levou ajuda humanitária a mais de 3,5 mil famílias em três dias de operação. As ações de auxílio incluíram a entrega de mantimentos, kits de higiene e água potável, visando aliviar as dificuldades enfrentadas por essas comunidades.

A entrega de suprimentos aconteceu na comunidade São Sebastião do rio Cuieiras, beneficiando quase 1,2 mil famílias em 14 comunidades ribeirinhas.

Também foram beneficiadas nesta sexta-feira, 6/10, à comunidade São Francisco de Caramuri, localizada na divisa entre os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva, levando ajuda humanitária para 184 famílias que moram nas  comunidades Nova Via, Monte Horebe, Nova Esperança do Igarapé do Thiago, São Francisco e Santa Luzia do Tiririca.

A logística para entrega dos mantimentos está sendo feita pela Semacc, e as secretarias municipais de Assistência Social e Cidadania (Semasc); de Educação (Semed); de Saúde(Semsa), de Infraestrutura (Seminf), de Limpeza Urbana (Semulsp); de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), com o apoio da concessionária Águas de Manaus.

O drama vivido por essas pessoas é mitigado com esses itens e os ribeirinhos conseguem ter esperança de que terão ajuda para passar por este período.

Falta mais

No entanto, falta mais. A ausência de assistência adequada e suficiente agrava ainda mais a situação, deixando muitas famílias  ribeirinhas vulneráveis a condições precárias de vida e saúde.

Nesse contexto, é crucial que medidas de ajuda humanitária sejam implementadas a uma escala maior de forma eficaz e oportuna, visando aliviar o sofrimento dessas comunidades e proporcionar-lhes as condições necessárias para enfrentar os desafios da estiagem.

Seja parte da solução

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) está arrecadando alimentos, roupas, itens de higiene, materiais de construção e recursos financeiros para vítimas do deslizamento de terra no município de Beruri, no Amazonas.  

O deslizamento aconteceu na noite do último sábado, 30 de setembro, na comunidade de Nossa Senhora de Nazaré do Arumã, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus (a 173 quilômetros de Manaus), onde a FAS realiza alguns projetos socioambientais.  

A tragédia destruiu cerca de 40 casas, um posto de telessaúde apoiado pela FAS, o gerador de energia e outras construções comunitárias. Há registros de uma pessoa morta, além de feridos e desaparecidos. Com o desabamento de grande parte da comunidade, mais de 200 pessoas estão desabrigadas. 

Doações

As doações podem ser entregues na portaria da sede da FAS, situada na Rua Álvaro Braga, 351, bairro Parque Dez de Novembro, na zona Centro-Sul de Manaus.

Já valores em dinheiro podem ser enviados para a chave PIX 002.444.472-33, de Kely Regina Soares, moradora e líder comunitária do Arumã, em Beruri (AM).

Deslizamento de terra no município de Beruri, no Amazonas

Fotos: Secom da Prefeitura de Manaus

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