Arquivos clima - Focando No Positivo https://www.focandonopositivo.com.br/tag/clima/ A coragem de enxergar diferente Fri, 28 Mar 2025 20:54:45 +0000 pt-BR hourly 1 https://www.focandonopositivo.com.br/wp-content/uploads/2022/08/cropped-focando-no-positive_lente-32x32.png Arquivos clima - Focando No Positivo https://www.focandonopositivo.com.br/tag/clima/ 32 32 195204525 Moda reinventada: O impacto das mudanças climáticas e da tecnologia https://www.focandonopositivo.com.br/moda-reinventada-o-impacto-das-mudancas-climaticas-e-da-tecnologia/ https://www.focandonopositivo.com.br/moda-reinventada-o-impacto-das-mudancas-climaticas-e-da-tecnologia/#respond Wed, 19 Mar 2025 11:39:25 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=6793 Até algumas décadas atrás, as estações do ano seguiam um ciclo previsível: primavera e verão eram sinônimos de calor, enquanto outono e inverno traziam temperaturas mais frias. Esse padrão climático ditava o ritmo da indústria da moda, que lançava suas coleções de acordo com as variações sazonais. Nos últimos anos, no entanto, as mudanças climáticas […]

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Até algumas décadas atrás, as estações do ano seguiam um ciclo previsível: primavera e verão eram sinônimos de calor, enquanto outono e inverno traziam temperaturas mais frias. Esse padrão climático ditava o ritmo da indústria da moda, que lançava suas coleções de acordo com as variações sazonais.

Nos últimos anos, no entanto, as mudanças climáticas alteraram esse cenário, provocando ondas de calor e frio fora de época.

O impacto no setor de moda é significativo: varejistas enfrentam estoques desatualizados e dificuldades para atender às novas demandas dos consumidores. 

Camadas de roupas ajustáveis

Para driblar essa incerteza, a Lojas Renner (LREN3) adotou uma nova estratégia. Segundo o CEO Fábio Faccio, a empresa flexibilizou suas coleções, investindo em peças versáteis para diferentes temperaturas e permitindo sobreposições.

Em vez de casacos robustos, a aposta agora está em camadas ajustáveis, como blusas leves que podem ser combinadas conforme a necessidade do cliente.

“Na moda, buscamos nos adaptar às mudanças nos hábitos das pessoas, que são influenciados pelo clima. Quando ocorrem ondas de calor em períodos tradicionalmente mais frios, ou frio intenso em épocas que deveriam ser quentes, precisamos de maior flexibilidade nas coleções”, afirma Faccio

O setor da moda está diante de um novo desafio: equilibrar estilo, conforto e adaptação ao impacto das mudanças climáticas. Marcas que souberem inovar e oferecer produtos que acompanhem essas transformações terão vantagem competitiva em um mercado cada vez mais imprevisível.

Práticas sustentáveis

Em 2022, a varejista reforçou seu compromisso com a sustentabilidade, lançando um plano de descarbonização até 2050, abrangendo não apenas suas operações diretas, mas também toda a sua cadeia de fornecedores.

Tecnologia impulsionando a moda

Outro fator essencial para a transformação da moda é o uso de tecnologia. A Renner vem investindo fortemente em inteligência artificial (IA) para aprimorar a experiência do consumidor e otimizar suas coleções.

Segundo o CEO, Fábio Faccio, a empresa utiliza IA para analisar tendências vindas das passarelas, redes sociais, cultura pop e comportamento de consumo.

“A tecnologia nos ajuda a identificar, entre milhares de tendências, quais têm maior potencial de serem adotadas pelos nossos clientes. A IA filtra e organiza essas informações, permitindo que a equipe tome decisões mais estratégicas na criação das coleções”, explica Faccio.

Além disso, a automação logística e a IA ajudam a prever a demanda de cada peça, definindo quais modelos terão maior aceitação em cada cidade, ajustando a grade de tamanhos e otimizando os estoques para evitar desperdícios.

Em 2024, a Renner investiu R$ 680 milhões em tecnologia, dados e infraestrutura. Para 2025, a previsão é de R$ 850 milhões, consolidando o uso da inovação para impulsionar a sustentabilidade e a competitividade da marca no setor da moda.

Com informação da Money Times

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Você pode mitigar os efeitos das mudanças climáticas https://www.focandonopositivo.com.br/voce-pode-mitigar-os-efeitos-das-mudancas-climaticas/ https://www.focandonopositivo.com.br/voce-pode-mitigar-os-efeitos-das-mudancas-climaticas/#respond Tue, 14 May 2024 22:21:19 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=5969 Com o aumento da frequência de tempestades, inundações, secas, incêndios e ondas de calor em todo o mundo, surge a preocupação generalizada sobre as medidas que podem ser tomadas para combater o aquecimento global. O jornal The Guardian entrevistou 380 dos principais cientistas climáticos do mundo, que têm contribuído com relatórios do Painel Intergovernamental sobre […]

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Com o aumento da frequência de tempestades, inundações, secas, incêndios e ondas de calor em todo o mundo, surge a preocupação generalizada sobre as medidas que podem ser tomadas para combater o aquecimento global.

O jornal The Guardian entrevistou 380 dos principais cientistas climáticos do mundo, que têm contribuído com relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas desde 2018, em busca de respostas.

Esses especialistas oferecem insights valiosos sobre as ações que podem ser adotadas para enfrentar essa crise climática.

A seguir, confira o que eles recomendaram:

Escolher políticos que têm propostas ambientais

Este é um ano de eleição em diversos países, como Estados Unidos, Índia, Reino Unido, México, África do Sul e Brasil. E votar em políticos que prometem medidas climáticas fortes é a indicação de 76% dos especialistas consultados pelo jornal britânico.

“A ciência existe, mas a falta de vontade dos políticos em todo o mundo está retardando [a ação para] a mudança climática”, disse o professor Alexander Milner, da Universidade de Birmingham,

Voar menos

A segunda medida individual mais eficaz para cuidar do planeta, segundo 56% dos cientistas entrevistados, é reduzir os transportes aéreos e movidos a combustíveis fósseis, optando por transportes elétricos e públicos.

A aviação é responsável por cerca de 2% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), lançando na atmosfera 800 milhões de toneladas do gás. O The Guardian destaca que voar é a atividade mais poluente que um indivíduo pode realizar e constitui uma grande parte da pegada de carbono dos países ricos.

Comer menos carne

A produção de carne tem um impacto enorme no meio ambiente, pois contribui para o desmatamento, utiliza grandes quantidades de recursos naturais, como o solo e a água, e ainda emite grandes quantidades de gases de efeito estufa.

Sendo assim, quase 30% dos especialistas afirmaram que comer menos carne é fundamental para mitigar os efeitos da mudança climática.

Outras medidas

  • Economize energia e invista em eficiência energética.
  • Desligue aparelhos e lâmpadas que não estão sendo usados.
  • Dê preferência ao uso de fontes de energia limpa e renováveis, como a energia solar, a energia eólica (dos ventos) e a biomassa.
  • Reduza o consumo de combustíveis fósseis e seus derivados, como o petróleo e a gasolina. Procure deixar o carro em casa. Prefira usar o transporte público, assim você ajudará a reduzir a poluição.  Se usar o carro, dê carona a familiares, vizinhos e amigos.  Dê preferência ao uso de biocombustíveis como o etanol e biodiesel.
  • Não queime lixo.
  • Plante árvores e utilize plantas em sua decoração. 
  • Use a internet para fazer reuniões; assim, você deixa de usar o carro ou o avião e, consequentemente, ajuda a reduzir a poluição.
  • Denuncie desmatamentos e queimadas às autoridades responsáveis.

A ação individual pode realmente ajudar?

Segundo o The Guardian, muitos dos especialistas foram claros quanto aos limites da ação individual. “Isso só pode ir até certo ponto. São necessários cortes profundos e rápidos nas emissões de carbono provenientes do petróleo e do gás, bem como de outros setores, como o de transportes, que estão fora do controlo do indivíduo médio”, afirmou Shobha Maharaj, cientista de impactos climáticos de Trinidad e Tobago.

O que acontece no Brasil

O Brasil está entre os dez maiores emissores globais de gases de efeito estufa (GEE), precedido por China, EUA, União Europeia,  Índia e Rússia. Seu padrão de emissões, no entanto, difere significativamente da média global.

Enquanto as emissões brasileiras decorrem principalmente de mudanças no uso da terra e desmatamento (50%) e da agropecuária (24%), na média dos países do G20 cerca de 70% das emissões estão relacionadas ao setor de energia.

Segundo o Climate Transparency do ano 2022 a matriz energética brasileira é mais renovável que a das maiores economias mundiais, o que representa uma vantagem comparativa no contexto da transição energética. Em especial em sua matriz elétrica, o país se destaca com mais de 80% da geração oriunda de fontes renováveis contra 29% na média dos demais países do G20 .

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Como a tecnologia pode salvaguardar contra mudanças climáticas https://www.focandonopositivo.com.br/como-a-tecnologia-pode-salvaguardar-contra-mudancas-climaticas/ https://www.focandonopositivo.com.br/como-a-tecnologia-pode-salvaguardar-contra-mudancas-climaticas/#respond Thu, 09 May 2024 17:37:24 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=5948 As mudanças climáticas têm despertado preocupação global, com desafios como emissões de gases de efeito estufa, derretimento de geleiras e secas. Atualmente, o Rio Grande do Sul, no Brasil, enfrenta uma das maiores catástrofes naturais de sua história devido às intensas chuvas. Ao longo de 2023 foi desenvolvida a metodologia do ClimateScanner, uma ferramenta de monitoramento […]

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As mudanças climáticas têm despertado preocupação global, com desafios como emissões de gases de efeito estufa, derretimento de geleiras e secas. Atualmente, o Rio Grande do Sul, no Brasil, enfrenta uma das maiores catástrofes naturais de sua história devido às intensas chuvas.

Ao longo de 2023 foi desenvolvida a metodologia do ClimateScanner, uma ferramenta de monitoramento de políticas públicas sobre mudanças climáticas e sua relevância é evidente diante do desastre das chuvas que assolou o parte do sul do Brasil.

Essa iniciativa resultou de uma cooperação entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Tribunal de Contas da União (TCU) e Instituições Superiores de Controle (ISC) em todo o mundo.

O objetivo do ClimateScanner é fornecer uma avaliação global das ações governamentais relacionadas às mudanças climáticas, oferecendo uma visão abrangente sobre como os países estão lidando com a crise climática e seus impactos. Isso permitirá identificar e priorizar ações necessárias.

A ação global pelo clima é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, declaração internacional subscrita por 193 países no âmbito da ONU, em 2015. Porto Alegre (RS) Foto: Agência Brasil

As ISC desempenham um papel fundamental nesse contexto. Apesar de suas diferentes atribuições, compartilham a missão de realizar avaliações independentes sobre a aplicação de recursos públicos e o desempenho das políticas públicas.

Assim, podem fornecer informações confiáveis para promover a transparência governamental e aprimorar políticas públicas.

Financiamento

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o PNUD formalizaram na segunda-feira (06) uma parceria para concluírem o projeto.

O banco de fomento vai apoiar com até US$ 1 milhão esta etapa final. O objetivo é ajudar na rápida avaliação das ações governamentais de combate à mudança climática.

ClimateScanner

A ferramenta está organizada sob três eixos:

  • Governança,
  • Financiamento climático e
  • Políticas públicas; e em dois níveis: nacional e internacional.

Os dados são coletados e apresentados de forma padronizada para todos os países e, com isso, permite avaliar tópicos como mecanismos de monitoramento, gestão de riscos, estratégias de mitigação dos efeitos das mudanças do clima e o financiamento climático de cada nação, em comparação com outras mundo afora.

Desenvolvido com linguagem simples, navegação amigável e recursos visuais, a ideia é que a plataforma alcance também uma audiência ampliada, incluindo a sociedade civil e a comunidade internacional, de modo a comunicar às cidadãs e aos cidadãos de que forma os resultados das avaliações do ClimateScanner se traduzem em impactos em suas vidas.

No Brasil, a ferramenta fornecerá ao governo, ao PNUD e à sociedade um diagnóstico dos principais pontos fortes e desafios que o país enfrenta em relação à crise climática, ajudando em um melhor direcionamento de esforços e recursos.

Permitirá também identificar as áreas nas quais os órgãos de controle deverão realizar auditorias mais específicas e aprofundadas.

Os resultados do ClimateScanner serão apresentados ao final de 2024, na 29ª Conferência das Partes (COP) das Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Combate à mudança climática

Na metodologia trabalhou um grupo executivo de 17 Instituições Superiores de Controle (ISCs) ao redor do mundo, ligados à Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai, na sigla em inglês), que reúne 195 órgãos de controle do mundo e este ano está sob a condução do Tribunal de Contas da União (TCU) brasileiro

Presidente BNDE Aloizio Mercadante, representante do PNUD no Brasil, Claudio Providas, e o presidente da Intosai e do TCU, ministro Bruno Dantas. Foto: Vinicius Martins/Divulgação BNDES

 “Este acordo está em linha com nossa estratégia de combate à mudança climática e financiamento à transição ecológica justa, com foco em descarbonização”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na cerimônia de assinatura, em que também estiveram o representante residente do PNUD no Brasil, Claudio Providas, e o presidente da Intosai e do TCU, ministro Bruno Dantas.

Além do apoio financeiro à finalização da plataforma, o documento prevê a disponibilização de técnicos do BNDES especializados em financiamento à resiliência climática para participar do projeto.

Para Mercadante, a interlocução dos técnicos do BNDES com as ISCs permite troca de conhecimentos ” e potenciais aprimoramentos e desafios no sistema de financiamento público”

Com informação do TCU 

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Mudança climática: Olimpíada de Inverno usa 100% de neve artificial https://www.focandonopositivo.com.br/__trashed/ https://www.focandonopositivo.com.br/__trashed/#respond Fri, 11 Feb 2022 19:26:45 +0000 https://www.focandonopositivo.com.br/?p=1649 As Olimpíadas de Inverno Pequim 2022 que se realizam entre o dia 4 e 20 deste mês, são um grande empreendimento logístico, como todos os Jogos Olímpicos. O governo chinês despejou bilhões de dólares em trens-bala, infraestrutura para as disputas e moradias. Mas talvez seu investimento mais visível seja a substância que possibilita tantos eventos: […]

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As Olimpíadas de Inverno Pequim 2022 que se realizam entre o dia 4 e 20 deste mês, são um grande empreendimento logístico, como todos os Jogos Olímpicos. O governo chinês despejou bilhões de dólares em trens-bala, infraestrutura para as disputas e moradias. Mas talvez seu investimento mais visível seja a substância que possibilita tantos eventos: a neve.

Pequim normalmente tem muito pouca neve, o que em décadas passadas pode ter sido motivo de pânico para o comitê olímpico. Quando um inverno excepcionalmente sem neve ameaçou os Jogos Olímpicos de 1964 em Innsbruck, na Áustria, o exército austríaco teve que carregar 20 mil blocos de gelo e 40 mil metros cúbicos de neve das montanhas.

Mudança climática

As mudanças climáticas estão tornando a neve artificial cada vez mais necessária para os Jogos Olímpicos de Inverno e esportes de inverno de forma mais ampla.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 1980 em Lake Placid foram os primeiros a usar máquinas de neve, mas os Jogos mais recentes dependeram especialmente delas, divulgou o portal Um só planeta.

Na Olimpíada em Sochi, 80% da neve utilizada veio de máquinas; em Pyeongchang, o total chegou a 90%.

Desta vez, as montanhas que cercam os eventos de neve para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim estão com tons de marrom e verde e quase sem neve. A região normalmente recebe apenas alguns centímetros de neve em cada mês de inverno.Isso significa que basicamente toda a neve em que os atletas competem foi feita pelo homem.

Scotty James, da Austrália, durante a final do snowboard nesta sexta-feira (11) em Pequim: neve artificial por todos os lados — Foto: Ramsey Cardy/Sportsfile via Getty Images

Segundo uma nova pesquisa, se as emissões de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global, seguirem em alta, na década de 2080, praticamente todas as sedes olímpicas estarão inviabilizadas para receber os jogos.

Apenas uma das 21 cidades que sediaram os Jogos Olímpicos de Inverno nos últimos 50 anos terá um clima adequado para esportes de inverno até o final do século, segundo um estudo recente, se as emissões de combustíveis fósseis continuarem sem controle, publicou a CNN Brasil

À medida que o planeta aquece e o clima se torna cada vez mais errático, a neve natural está se tornando menos confiável para esportes de inverno, o que força os locais a se apoiarem mais na neve artificial.

Mas há um custo: a neve feita pelo homem é incrivelmente intensiva em recursos, exigindo enormes quantidades de energia e água para produção em um clima cada vez mais quente. Atletas de elite também dizem que os próprios esportes se tornam mais complicados e menos seguros quando a neve artificial está envolvida.

Feita sob encomenda

Empresa TechnoAlpin é responsável por criar a neve da Olimpíada de Pequim TechnoAlpin/Instagram/Reprodução

Este ano, pela primeira vez, toda a neve nos Jogos Olímpicos de Inverno é feita sob encomenda: Pequim é a primeira sede a usar 100% de neve artificial. Mas o que é isso, afinal?

A TechnoAlpin, com sede na Itália, foi escolhida para fabricar a neve necessária para cobrir os quatro espaços de eventos ao ar livre ao redor de Pequim – uma tarefa monumental considerando a clientela de elite que acompanhará os feitos do seu produto.

“Estamos muito orgulhosos de dizer que somos a única empresa que fornece os sistemas de fabricação de neve para a Olimpíada de Pequim”, afirmou Michael Mayr, gerente da TechnoAlpin na Ásia, à CNN.

Mayr disse que é a primeira vez que uma única empresa é encarregada de fornecer toda a neve para os Jogos de Inverno. Mas há um componente crítico para fazer neve que alguns dos locais de Pequim também não têm: temperaturas frias o suficiente para congelar a água.

Na própria Pequim, que sediará alguns eventos ao ar livre, quase todos os dias de fevereiro nos últimos 30 anos estiveram acima de 0ºC, de acordo com um recente relatório da Loughborough University, em Londres, sobre como a crise climática está afetando as Olimpíadas de Inverno.

Yanqing e Zhangjiakou, que são locais de maior altitude, são mais frios, com altas temperaturas médias que atingem o pico acima de zero e baixas que caem para cerca de -10ºC à noite.

“Houve avanços tecnológicos recentes que permitem a geração de neve quando a temperatura está acima de zero”, explicou Jordy Hendrikx, diretor do Laboratório de Neve e Avalanche da Universidade Estadual de Montana. “Esta não é a neve ‘fofa e leve’ que você pode imaginar – é muito mais densa e não muito macia”.

Atletas e treinadores entrevistados pelos pesquisadores disseram que já estão vendo o efeito das mudanças climáticas no meio. Expressaram a necessidade do mundo esportivo ser uma "força poderosa para inspirar e acelerar a ação climática"

Diferenças

A neve natural começa como um minúsculo cristal de gelo em um núcleo de gelo em uma nuvem. À medida que o cristal cai no ar, ele cresce lentamente no clássico floco de neve de seis lados.

Em comparação, a neve feita pelo homem congela rapidamente a partir de uma única gota de água. Ela consiste em bilhões de pequenas bolas esféricas de gelo. Pode parecer neve natural a olho nu em uma pista de esqui, mas a neve natural e artificial é diferente.

“A neve natural e a formação de neve artificial são processos totalmente diferentes”, disse Mas Ken Libbrecht, físico do California Institute of Technology (Caltech), que estuda a neve há duas décadas. Ele também cultiva flocos de neve em seu laboratório, usando equipamentos especializados para recriar as condições que se pode encontrar em uma nuvem.

“Com neve artificial, você precisa que tudo aconteça muito mais rápido”, disse Libbrecht. Afinal, a água precisa congelar antes de atingir o solo. “Você poderia dizer que a neve feita por máquinas é congelada rapidamente em vez de crescer naturalmente na atmosfera”, define.

A diferença é especialmente gritante quando se compara os flocos de neve naturais com a neve feita à máquina sob um microscópio. “Eles se parecem com pequenas pelotas de gelo”, acrescentou Libbrecht.

Rampa de 'big air' no Parque Shougang, em Pequim (Foto: Reprodução/Twitter)

O COI não enfrenta esses desafios sozinho. A neve artificial está sendo usada como ferramenta para estender as temporadas de esqui em competições e resorts em todo o mundo, muitos dos quais estão ameaçados pelo aquecimento das temperaturas com a crise climática.

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